O foco das ideias determina nossas experiências pessoais.
Caso
pessoal: há alguns dias eu vinha sofrendo de ataques de irritação na pele. Era
coceira por todo o corpo: pernas, abdome, costas, peito, rosto e cabeça. Até
dormir era difícil. Certo dia, antes de dormir, orei a respeito do controle dos
membros do corpo. Ficou claro que as mãos (instrumentos para atender os
sintomas) obedecem à mente. Se eu penso em mover um braço, ele obedece pois não
tem controle próprio. Assim, na condição descrita, as mãos se dirigiam ao ponto
dos sintomas para mitigar a sensação por ordem mental, ainda que subconsciente.
Resolvi então não mais atender o apelo dos sintomas. Quando surgiam sensações,
a mão parecia ir automaticamente ao ponto de discórdia. Por força de minha
decisão, eu retraía as mãos sem coçar a pele. Por várias ocasiões, o método deu
certo.
Então
pude perceber algo espantoso e maravilhoso. Os sintomas de coceira foram
diminuindo; e o mais estranho, nesses mesmos pontos a coceira parava de agir.
Depois de algum tempo pude adormecer sem os sintomas incômodos da epiderme. No
dia seguinte, percebi que estava diante de uma lição metafísica importante.
Compreendi
que, sempre que o pensamento se desviava do objetivo de minha decisão, ou seja,
se eu deixava que o pensamento se extraviasse às soltas, os sintomas
reapareciam. A conclusão de que precisava cuidar do modo de pensar foi natural
e espontânea. Até então ainda não havia lançado mão de argumentos metafísicos
da Ciência do Cristianismo. Essas ferramentas podem ser usadas por todos, e
todos podem gozar dos efeitos benéficos das leis espirituais do Cristianismo.
O
controle do corpo pela mente é algo que cada pessoa pode alcançar e exercer.
Mas se quiser alcançar controle/governo, em um grau mais elevado de atividade
mental, precisa dirigir-se para um controle mais absoluto de uma Mente
superior, a divina. Jesus exemplificou esse controle mais elevado (aliás
único), assim como o fizeram profetas e apóstolos, e também Mary Baker Eddy.
Faziam-no para si e para os outros. A Bíblia está repleta de relatos de cura de
todos os tipos de problemas físicos. O mesmo pode ser visto na literatura da
Ciência Cristã. No ano de 1966 a Igreja de Cristo, Cientista, lançou o livro:
“Um século de Cura pela Ciência Cristã” onde são apresentados relatos de curas
por meios espirituais somente ocorridos ao longo do primeiro centenário dessa denominação
(1866-1966).
Em
seu livro “Rudimentos da Ciência Divina”
(1952, versão em português) a Sra. Eddy expõe como os cientistas cristãos devem
manter sua consciência sempre vinculada aos princípios da Ciência Divina a fim
de desenvolver eficientemente a prática da “nova” religião—nova na época. Diz
ela:
“Os pensamentos do praticante devem estar
imbuídos de uma clara convicção da onipotência e onipresença de Deus; de que
Ele é Tudo, e de que não há outro fora dEle; de que Deus é bom, e que só produz
o bem” (p. 9).
Que afirmação poderosa! Poderíamos até
destacar a expressão: “clara convicção da
onipotência e onipresença de Deus”. Tal condição não requer palavras. É
totalmente uma atividade mental e espiritual. Mas não pensemos que isso se
restrinja ao reino das ideias. É a própria Eddy quem esclarece:
“O poder espiritual de um perfeito pensamento
científico, tem curado muitas vezes doenças inveteradas sem um esforço direto,
sem um argumento oral, ou mesmo mental” (Idem
).
O sexto
Fundamento da Ciência Cristã inclui promessa:
“E
solenemente prometemos ...orar para haver em nós aquela Mente que havia também
em Cristo Jesus” (CeS, p. 497).
Pelo que se sabe o Mestre Cristão
tinha a mente focada em seu Pai como força onipotente e onipresente,
demonstrando no seu ministério a “clara convicção” dessas características do
Deus infinito. “Eu e o Pai somos um”,
“Eu faço sempre o que Lhe agrada”, (João 8:39) são palavras de demonstram
o posicionamento mental do Mestre.
O que aconteceria à nossa atividade
humana se fizéssemos o mesmo? Poderíamos realizar obras semelhantes, conforme
ele mesmo prometeu “... farão também as
obras que eu faço” (João 12:14). O resumo de seu ministério de cura vem à tona nessa frase:
obras, demonstrações, realizações práticas, em vez de profissões de fé. Prática;
não teoria! O cuidado que devemos ter com nossa consciência para que esteja
sempre focada na “convicção da
onipotência e onipresença de Deus”, é o grande esforço a exercer em nossa
vida cristã. Quando dizemos que somos cristãos temos que ter em mente uma vida
dedicada a obras cristãs: “Nisto
conhecerão todos, que sois meus discípulos...” (João 13:35). Palavras não bastam!
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