sexta-feira, 29 de junho de 2018

Novos tempos


(Extrato da conclusão do capítulo sobre Cristo Jesus  na obra "Sob a Luz das Escrituras I", deste autor)

O impacto generalizado na comunidade judaica, naquele momento, e a repercussão dos ensinamentos de Cristo Jesus após seu desaparecimento da cena humana se fazem sentir até hoje, pois desde seu nascimento é marcada uma nova era com recomeço da contagem dos tempos: a Era Cristã. Hoje contamos 2.018 anos AD. A influência da vida e da obra de Cristo Jesus tem um quê de misteriosa, pois com apenas 3 anos de atividade pública deixou a humanidade marcada pela força de sua presença, de doutrina e grandiosidade de obras. Nenhum líder religioso jamais alcançou tal façanha, e provavelmente nenhum alcançará.

Durante seu ministério, Jesus Cristo falava-lhes que iria para seu Pai e que Seus discípulos não mais o veriam. Vale a pena ler o que Jesus disse nos capítulos 14 a 17 do evangelho de João. Lê-se que ele prometeu um Consolador da parte do Pai que ficaria para sempre com eles e o povo. O Mestre caracterizou esse Consolador prometido como:
“O espírito de Verdade, que ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (João 14: 26).

Para mim está claramente afirmado que não devemos esperar por uma pessoa na figura de Consolador. Os filhos de Israel, no tempo de Jesus, esperavam um salvador na forma humana que os livrasse do jugo romano. Até quando nós esperaremos? Já fazem 20 séculos desde a promessa. Será que este Consolador já não está entre nós? É possível! Nós é que precisamos aprender a ver e abrir os olhos do entendimento para perceber o “Espírito de verdade”. Tenho para mim que este não será visto numa figura humana; mesmo tendo a missão de guiar a humanidade à verdade. Se ele já veio, onde está? Como percebê-lo? Assim como o Messias não foi percebido nos padrões da expectativa popular, assim o novo Consolador, penso, deverá ser procurado fora da expectativa de um evento ou líder popular. Virá muito mais como um despertar espiritual para a Vida, a Verdade e o Amor demonstrados pelo Mestre Cristão; virá com demonstração da fé absoluta no bem e no poder do Espírito infinito; com inclusão clara de todos sob um amor incondicional que fortalece, instrui e protege; com obras que a fé crística  a possibilita; com a cura do pecado e da doença, e com o poder sobre a morte, materialismo, ódios e temores. Esse Consolador virá com sabedoria e inteligência de origem divina; virá com uma tocha na mão para purificar “nossos tesouros” e para iluminar o caminho da ascensão, onde reina a consciência de união—unidade—com a Mente divina universal. Tem nome atual esse consolador? Atrevo-me a responder que Sim! Chama-se: “Ciência do Cristianismo."

Hoje muitos cristãos cheios de graça e alegria proclamam que têm Jesus no coração. Por mais religiosa que soe tal afirmação ela merece um esclarecimento que o próprio Mestre ensinou na parábola da videira, relatada no evangelho de João. Nessa parábola ele ensinou que ele era a videira e nós (seus seguidores) somos os ramos. Quando estamos nele (tronco) produzimos frutos. Vê-se que “estar nele” não era um estar o ramo dentro do tronco, mas ligado a ele. Essa ligação é e tem de ser forte e duradoura. Essa é a noção que tenho quando ouço, ou afirmo, que estou (estamos) em Cristo, ou que temos Jesus no coração. Aliás essa ideia de proximidade é muito salutar aos cristãos, pois nos leva a aceitar e seguir o ensinamento e as obras do grande mestre.

Uma coisa que ainda falta ao mundo cristão de nosso tempo: é cada um conduzir sua vida nos moldes legados pelo Mestre Cristão. Cabe a nós cristãos levar a sério o que Ele ensinou com obras e pelo que sofreu na crucificação. Nossa proclamação de sermos cristãos não pode ser de aparência exterior com interior vazio, de desrespeito aos mandamentos, de carência de amor genuíno ao próximo e ao necessitado, de mera profissão de fé sem obras do tipo do Mestre, de esquecimento de que o Pai está em nós e nós no Pai, de viver com o amor à flor da pele, de amar ao próximo sem julgar se ele merece, de fazer o bem aos outros sem esperar que eles nos retribuam. Poderíamos começar por cultivar um caráter cristão genuíno, praticando e vivenciando os requisitos do Mestre resumidos no Sermão do Monte, levando uma vida de atitudes beatas (beatitudes), irrepreensíveis nos atos e palavras e no trato dos bens de outrem com a Regra Áurea:

“Fazer aos outros o que queremos que eles nos façam (Mateus 7: 18).
Que humanidade estupenda teríamos! Teríamos o paraíso entre nós!
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