O
relato bíblico no evangelho de Lucas dá conta de que “crescia Jesus em
sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lucas 2:52).
O
relato, no entanto, não esclarece o leitor sobre o que os pais de Jesus Cristo
faziam para tal resultado. Temos que inferi-lo por dedução; e me atrevo a
faze-lo porque me parece importante conhecer e dominar os parâmetros indicados.
Qual pai-mãe humano não se sentiria feliz e realizado se visse sua prole
crescer dentro dos parâmetros apontados?
As
poucas referências a atitudes de Maria e José para com o menino Jesus dão conta
de eles tinham uma visão elevada sobre a missão do menino de Belém e que faziam
com ele o que a lei determinava. Com essa orientação geral, pode-se concluir
que eles lhe proporcionavam todas as condições humanas para desenvolvimento
adequado, mas que também lhe dedicavam essa atenção e visão espirituais. Começo
pelo elevado pensamento sobre a missão do pequeno filho pre-escolhido para ser
o Messias, profetizado há séculos aos Filhos de Israel.
Pode
um pai e/ou mãe dos dias atuais tomar como exemplo o comportamento dos pais de
Jesus? Em termos, pode! Logicamente que seu filho/filha não será um Messias moderno,
mas poderá ser um expoente de
espiritualidade entre seus semelhantes espalhando ao seu ambiente mental
as qualidades divinas que abençoam. M.B. Eddy nos alerta que abençoamos aqueles
sobre quem recaem nossos pensamentos espiritualizados. Os pais que tenham um
entendimento da identidade espiritual de sua prole como filhos de Deus, estão
dando a ela o melhor apoio que podem proporcionar a um ser humano. Aí está o
terreno fértil para o crescimento em sabedoria!
Para
fomentar o crescimento em estatura, os pais humanos não precisam fazer muito
esforço, pois a manifestação da Vida divina se encarrega de munir o ser em
desenvolvimento com os elementos necessários. Podem—e devem—os pais apoiar o
crescimento físico com pensamentos de cuidados sem medos de males limitadores
ou ameaçadores. Não devem transformar os alimentos em ‘farmácias’, sabendo e compreendendo claramente o que JC declarou:
“Não é o que entra pela boca que prejudica ao homem”.
Também
quando oramos o Pai-Nosso:
“O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje” (Mateus
6:11),
podemos saber que toda dádiva
divina é uma bênção e não pode prejudicar ou fazer mal. Com alimentação e
atividades sadias, o jovem só pode progredir na estatura com plena
desenvoltura, servindo de exemplo a seus pares.
O
terceiro parâmetro—a graça—dá aos pais a responsabilidade de viverem em ‘estado
de graça’, pois só assim poderão transmitir, pelo exemplo, o profundo
significado de graça, que é derivado da santidade divina. Na interpretação espiritual
que Eddy dá para a Oração do Senhor na frase citada há pouco:
“Dá-nos graça para hoje, sacia os
afetos famintos” (CeS, p. 17:5),
o reconhecermos que a graça que
nos supre as necessidades vem de fonte infinita e divina, impede a entrada na consciência de crenças
errôneas de cunho materialístico que só nos atrapalham a desenvoltura humana.
Pela Sua graça o Pai-Mãe nos sacia, nos supre as necessidades, nos perdoa as
falhas, nos protege. Buscar um viver que conscientemente nos una à aplicação
dessas ações em nosso viver diário demonstra que estamos buscando vivenciar o
divino em equilíbrio com o humano.
Lembro
como exemplo de um amigo, um cristão dedicado à prática de um cristianismo científico. Visitamos esse amigo quando seu
filho primogênito tinha uns 6 meses. Nessa ocasião ele expôs su a visão de como pretendia criar e educar o
filho. “Minha visão é de nunca manter pensamentos negativos na presença de
Johann”. Não mais falamos sobre isso desde então; mas acredito que ele tenha
cumprido seu propósito sério e sincero.
Eddy
resume muito claramente o assunto:
“Os filhos de pais que têm a mente
voltada para o que é divino herdam mais intelecto, uma mente mais equilibrada e
uma constituição mais sadia” (CeS, p. 61: 11).
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