segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Para crescer em “sabedoria, estatura e graça”


O relato bíblico no evangelho de Lucas dá conta de que “crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lucas 2:52).

O relato, no entanto, não esclarece o leitor sobre o que os pais de Jesus Cristo faziam para tal resultado. Temos que inferi-lo por dedução; e me atrevo a faze-lo porque me parece importante conhecer e dominar os parâmetros indicados. Qual pai-mãe humano não se sentiria feliz e realizado se visse sua prole crescer dentro dos parâmetros apontados?

         As poucas referências a atitudes de Maria e José para com o menino Jesus dão conta de eles tinham uma visão elevada sobre a missão do menino de Belém e que faziam com ele o que a lei determinava. Com essa orientação geral, pode-se concluir que eles lhe proporcionavam todas as condições humanas para desenvolvimento adequado, mas que também lhe dedicavam essa atenção e visão espirituais. Começo pelo elevado pensamento sobre a missão do pequeno filho pre-escolhido para ser o Messias, profetizado há séculos aos Filhos de Israel.

Pode um pai e/ou mãe dos dias atuais tomar como exemplo o comportamento dos pais de Jesus? Em termos, pode! Logicamente que seu filho/filha não será um Messias moderno, mas poderá ser um expoente de  espiritualidade entre seus semelhantes espalhando ao seu ambiente mental as qualidades divinas que abençoam. M.B. Eddy nos alerta que abençoamos aqueles sobre quem recaem nossos pensamentos espiritualizados. Os pais que tenham um entendimento da identidade espiritual de sua prole como filhos de Deus, estão dando a ela o melhor apoio que podem proporcionar a um ser humano. Aí está o terreno fértil para o crescimento em sabedoria!

         Para fomentar o crescimento em estatura, os pais humanos não precisam fazer muito esforço, pois a manifestação da Vida divina se encarrega de munir o ser em desenvolvimento com os elementos necessários. Podem—e devem—os pais apoiar o crescimento físico com pensamentos de cuidados sem medos de males limitadores ou ameaçadores. Não devem transformar os alimentos em ‘farmácias’, sabendo  e compreendendo claramente o que JC declarou:
            Não é o que entra pela boca que prejudica ao homem”.

         Também quando oramos o Pai-Nosso:
            O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje” (Mateus 6:11),
podemos saber que toda dádiva divina é uma bênção e não pode prejudicar ou fazer mal. Com alimentação e atividades sadias, o jovem só pode progredir na estatura com plena desenvoltura, servindo de exemplo a seus pares.

         O terceiro parâmetro—a graça—dá aos pais a responsabilidade de viverem em ‘estado de graça’, pois só assim poderão transmitir, pelo exemplo, o profundo significado de graça, que é derivado da santidade divina. Na interpretação espiritual que Eddy dá para a Oração do Senhor na frase citada há pouco:
            Dá-nos graça para hoje, sacia os afetos famintos” (CeS, p. 17:5),
o reconhecermos que a graça que nos supre as necessidades vem de fonte infinita e divina,  impede a entrada na consciência de crenças errôneas de cunho materialístico que só nos atrapalham a desenvoltura humana. Pela Sua graça o Pai-Mãe nos sacia, nos supre as necessidades, nos perdoa as falhas, nos protege. Buscar um viver que conscientemente nos una à aplicação dessas ações em nosso viver diário demonstra que estamos buscando vivenciar o divino em equilíbrio com o humano.

         Lembro como exemplo de um amigo, um cristão dedicado à prática de um cristianismo  científico. Visitamos esse amigo quando seu filho primogênito tinha uns 6 meses. Nessa ocasião ele expôs su a visão de como pretendia criar e educar o filho. “Minha visão é de nunca manter pensamentos negativos na presença de Johann”. Não mais falamos sobre isso desde então; mas acredito que ele tenha cumprido seu propósito sério e sincero.

         Eddy resume muito claramente o assunto:
“Os filhos de pais que têm a mente voltada para o que é divino herdam mais intelecto, uma mente mais equilibrada e uma constituição mais sadia(CeS, p. 61: 11).
.0.