quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Uma Nova Aliança

“Eis aí vem dias, diz o Senhor, em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel: ... Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei: Eu serei o Seu Deus, e eles serão o Meu povo” (Jeremias 31:31, 33).

         Nos primórdios da existência da lei divina junto ao povo de Israel, não havia leitores individuais; o povo não era letrado. Havia os escribas que liam para o povo, geralmente em ocasiões especiais, como é o caso em que Neemias leu para uma multidão reunida em frente à Porta da Águas, desde a manhã até meio-dia. Esse era o contato que o povo tinha com a lei. Percebe-se que havia dificuldade de assimilação do conteúdo da lei, tanto para compreende-la como para obedece-la. É compreensível que houvesse um anseio popular para que a lei fosse mais difundida entre o povo.

         Jeremias teve a humildade e iluminação de perceber tal anseio levando ao povo a mensagem de uma ‘Nova Aliança’ entre o povo e seu Deus ‘vivo’. Seria uma nova forma de tomar conhecimento da lei de Deus, de modo a que não houvesse desculpas por desobediência geral. O profeta tencionava impressionar o povo a conhecer a letra da lei e a cumpri-la seriamente.

Interessante observar que na época não havia tecnologia para imprimir matérias de interesse do povo. Hoje jornais e revistas (e não somente esses) usam essa tecnologia há tempos com total domínio. “Na mente lhes imprimirei,” parece que a Divindade desejava que as leis fossem gravadas de modo duradouro na consciência das pessoas, para serem compreendidas, e não esquecidas, que fossem de fácil lembrança.

         Outro aspecto curioso que hoje filosificamente é apreciado, é a  segunda parte da “Nova Aliança”, qual seja que além de imprimir na mente (a razão) a lei seria inscrita no coração (a emoção) de modo que gostassem de cumpri-la e com isso amassem mais e melhor a seu Deus. O que temos no ‘coração’, não esquecemos; é uma garantia de obediência.

Para quem se identifique/posicione espiritualmente como da Casa de Israel, verá que a profecia tem alcance profundo e individual, além de atual. Verá que o propósito divino é que as Suas leis sejam aceitas, entendidas, amadas, aplicadas por todos. A primeira coisa a fazer é identificar as leis que Deus faz tanta questão que sejam cumpridas. Seu resumo encontra-se nos Dez Mandamentos deixados por Moisés; um código de postura espiritual (frente a Deus) e moral (frente aos homens). Conhecer e obedecer esses preceitos faz as pessoas agradarem a Deus, ao mesmo tempo em que amparam seus pares no viver diário.

A primeira das leis é rigorosa:
“ Não terás outros deuses diante de Mim(Êxodo 20:2, 3).

O texto em si, soa mais como uma proibição em vez de um mandamento. Por que teria sido proferido assim? Ocorre que o povo estava acostumado a esse tipo de adoração de figuras; é o que viam os povos vizinhos fazerem, e o faziam também. Por isso a ordenança se fez por proibições: não ter outros deuses, não fazer imagem de escultura, não tomar o nome de Deus em vão, não matar, não adulterar, não dizer falso testemunho, etc. Não façam imagem de escultura para servir de adoração, pois quem vos tirou do Egito fui eu, vosso Senhor e Deus. É a Mim, o Espírito, que vocês devem louvor e gratidão!

De acordo com a Nova Aliança, uma vez ‘impressa’ a lei na mente e ‘inscrita’ no coração, a que corresponderia o ato proibido de fazer “imagem de escultura?” Seria como fazer imagens mentais de ‘coisas’ opostas a Deus, o Bem, a Vida, a Verdade, o Amor! A Sra Eddy recomenda:
“Apaga as imagens do pensamento mortal, bem como suas crenças  na doença e no pecado” (CeS, p. 91).

As imagens de males que abriguemos no pensamento são como idolatria espiritual, contra o que somos alertados ao longo de toda a Bíblia. Mas não são só os males imaginários a serem evitados; também devemos evitar a busca de soluções insistentemente ofertadas pelo senso material. Nossa fé precisa ser dirigida a Deus e Sua capacidade de manter a harmonia no universo, que inclui o homem.

Eddy é persistente na importância do indivíduo dar abrigo e cumprimento à lei divina. Escreve ela:
“O Principio divino do Primeiro Mandamento é a base da Ciência do      existir, pela qual o homem demonstra a saúde, a santidade e a vida eterna(CeS, p. 340).

Ela mesma faz uma lista dos benefícios para a humanidade provenientes da consciente unidade de Criador com criatura, unidos desde a origem, a Mente e ideia infinitas, Deus e homem em unidade universal:
   Um só Deus infinito, o bem, unifica homens e nações;
 estabelece a fraternidade dos homens;
põe fim às guerras;
cumpre o preceito das Escrituras: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’;
aniquila a idolatria pagã e a cristã—tudo o que está errado nos códigos      sociais, civis, criminais, políticos e religiosos;
estabelece a igualdade dos sexos;
anula a maldição sobre o homem [expulso do paraíso],
 e não deixa nada que possa pecar, sofrer, ser punido ou destruído(CS, idem).

A Nova Aliança profética tem um efeito purificador no gênero humano!
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(02.1.18)