A recomendação de Jesus levada a sério
Os
discípulos de Jesus certa vez pediram que ele lhes ensinasse a orar. No Sermão
do Monte foi incluída ideia do mestre a
respeito de como orar com acerto. Na ocasião também explicou como é errado
orar. O Mestre também mostrou as consequências de cada escolha. Ele parece
deixar cada opção ao critério de cada um (ver Mateus 6:5-8).
A
recomendação aos seus discípulos, registrada nas Escrituras, merece um
aprofundamento mental para que não seja mera falação:
“Tu, quando orares, entra no teu
quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai,
que vê em secreto, te recompensará” (Mateus 6:6).
O Mestre, primeiramente chama à ordem a
pessoa que vai orar: “TU”. Quando considero seriamente que EU vou orar, é
porque desejo me comunicar com mente e coração abertos a Deus, o Pai. Me
disponho a dedicar momentos preciosos de meu tempo à essa comunicação
celestial. Não é uma opção frívola ou interesseira. É o desejo íntimo e sincero
de aproximação consciente com Deus.
“Entra
no teu quarto”.
A
designação da peça caseira (dormitório) não é retratada com exatidão no seu
significado. O Mestre usou a designação de câmara, que era uma espécie de
dispensa nas casas da época. Sempre ficava no centro das moradias, e era a
única peça da casa com porta. Essa condição já identifica algo com nossa
disposição espiritual; i. é, recolhimento ao interior, ao íntimo do ser humano;
“Porta fechada”, ligações e interrupções cortadas. É estar só, consigo mesmo;
Eu Comigo! Nesse recinto devemos “entrar”!
Por que na dispensa? Era o lugar onde
guardavam coisas de valor e uso da família. A dispensa simboliza um ambiente de
bens. Não era um ambiente vazio. O que é nossa dispensa? Nossa consciência. É
lá que guardamos nossas mais caras lembranças e é nesse ambiente que temos de
buscar contato com Deus-Pai-Mãe. É lá que guardamos nossos mais elevados ideais
espirituais. Nesse conjunto de valores é correto orar a Deus. Ficarão de fora
os padrões e interesses materialistas, do ego humano, do pecado, do medo e até da
morte. A influência ou primazia das prerrogativas materialistas serão caladas.
“Fechada
a porta”,
o canal de comunicação com o exterior deve estar fechadotrcnstâqno de . Nada de
trazer lembranças ou preocupações do viver humano e/ou mundano. Isolamento de
circunstâncias humanas problemáticas nos põe em contato com as energias
espirituais que trazem soluções. Esse é um tipo de recolhimento que devemos
exercitar. Isso é possível, pois levamos nossa dispensa conosco, para onde quer
que formos.
“Ora
ao Pai em secreto”.
Faz diferença se oro a Deus em voz audível ou em silêncio? Não, pois a comunhão
do momento é espiritual. Além disso, nesse santo ambiente mental, a Mente ou
consciência divina sabe tudo, e conhece nossos pensamentos, antes mesmo que os
expressemos em palavras. Isso quer dizer que o Pai conhece nossas necessidades
espirituais, antes de as relatarmos a Ele. E as necessidades humanas? Elas não
estão excluídas, pois vivem em nosso pensamento, que pertence ao reino da
mente.
“Teu
pai, ... vê em secreto”.
Os sentidos de Deus não carecem do testemunho dos sentidos materiais. Para
ouvir e ver o Pai não depende da ajuda de ouvidos e olhos. Os sentidos
espirituais do Criador estão centrados na Alma, por isso são infinitos, eternos
e harmoniosos. O homem criado por Deus à Sua “imagem
e semelhança”
(ver
Gêns. 1:27)
tem seus sentidos espelhados nos sentidos da Alma divina. Com esses sentidos
espirituais participamos nessa comunhão sagrada com o Pai, no mais íntimo de
nosso ser.
“Te
recompensará ”.
Eis o epílogo da oração segundo a
instrução de Cristo Jesus. O Pai toma conhecimento das necessidades dos homens,
e as satisfaz. MBEddy faz eco a essa instrução cristã no livro Ciencia e Saúde com a Cave das Escrituras:
“O Amor divino
sempre satisfez e sempre satisfará a toda
necessidade humana” (CeS,
p.494).
Goza dessa verdade,
quem nela crer!
Há versões de
traduções da Bíblia a diversos idiomas em que fica mais claro o modo divino de
recompensar. Dizem alguns textos: “Te recompensará
abertamente.”
Assim fica evidenciado que o Amor de Deus “satisfaz a toda necessidade humana”,
abertamente.
Jesus, logo após essa
introdução sobre como devemos orar, sugeriu um texto que se consagrou como a
Oração do Senhor. O leitor, se não a souber de cor, pode lê-la no evangelho de
S. Mateus (6:9-13). Sugiro que faça o exercício mental de proferir a oração
tomado pelo envolvimento espiritual exposto nesta crônica. Além disso, pode
torná-la mais substanciosa espiritualmente, se agregar a ideia de Deus como
‘Papai do céu’, que é conotação empregada pelo Mestre Cristão. Se gostar da
experiência, não se canse de difundi-la. Isso é para o bem de todos!
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