A natureza nos devolve o que dedicamos a
ela.
A
Regra Áurea do Cristianismo (Fazer aos
outros o que queremos nos façam) também é devida no trato com a natureza.
Esta sempre responde de acordo com o que recebe; seja nas lides individuais
seja nas coletivas. Se descuidamos de como agimos em relação ao meio ambiente,
com o qual convivemos e do qual dependemos, acabaremos por ver na natureza manifestações
desagradáveis ou até desfavoráveis para nossas atividades e nossa sobrevivência.
Será isso uma espécie de revide aos atos humanos? Não! É a apenas o eco de
nossa atitude para com a natureza. A “aparente” maldade da natureza é nada mais
do que a manifestação da maldade humana no modo como tratam a natureza, i. é, o
meio em que vivemos.
Quando
o gênero humano age descuidadamente, ou até deliberadamente, contra o esforço
da natureza de nos prover e atender nossas necessidades, algo compatível virá
como resposta. Se usamos os dons da natureza
com desperdício, com poluição, degradação, venenos (agrotóxicos)
acabaremos por receber limitações na forma de escassez (água!), alimentos
envenenados, rios com água e fauna comprometida, erosão destrutiva, eliminação
de agentes favoráveis às colheitas (abelhas!), ocorrências que desalentam ao
trabalho produtivo. Se pensarmos em escala maior, veremos o desmatamento
desvairado comprometendo o regime de chuvas; em grandes áreas de monocultura
teremos que empregar aspersão aérea de agrotóxicos, o que pode atingir áreas
além da propriedade comprometendo fatores produtivos alheios à propriedade do
responsável.
Lidar
com a natureza, fauna e flora, com amor cristão nos dá um retorno mais
prazeroso e satisfatório. A dona de casa que cuida de seu jardim com amor, que
fala com as plantas (mostrando seu carinho por elas!), que não deixa faltar
água ou nutrientes, que tem alegria na companhia de suas amigas vegetais, terá
um ambiente de muita beleza e harmonia. A pessoa que trata de animais
(domésticos ou não) terá deles uma resposta de amizade e lealdade além de
produzir melhor suas aptidões. Li certa vez que um produtor rural, obtinha o
máximo de produção de leite, desde que introduzira música ambiental suave no
local da ordenha. Algo parecido um vitivinicultor obtivera o melhor resultado
oferecendo música clássica (harmoniosa) ambiental ao vinhedo. O que são esses
exemplos? São provas de como a natureza responde aos estímulos com a mesma
moeda.
Exemplos
dos benefícios para os homens vindos da natureza tratada com amor e respeito
são muitos e variados, e cada pessoa é capaz de fazer uma lista desses exemplos
de seu conhecimento. Olhando-se na outra direção, pode-se ver exemplos
negativos de comportamento humano. Pessoas olhando para uma árvore a ser
abatida por causa do mero trabalho de varrer as folhas perdidas no inverno.
Para não ter trabalho, corta-se a árvore. É uma insensatez humana! Em Porto
Alegre, capital do Rio Grande do Sul, há vários anos houve um caso que teve
repercussão social. Numa propriedade, na área urbana, havia uma casa com várias
árvores no pátio. Numa delas (não sei de que espécie) os pássaros se acolhiam
para o repouso da noite. Sabe-se que muitos pardais juntos fazem uma razoável
zoeira antes do silencio noturno, ou ao amanhecer do dia. Pois o morador dessa
casa cansou-se da cantoria dos pássaros, e derrubou a frondosa árvore.
Simplesmente não queria mais ouvir o canto dos pássaros. É até difícil
encontrar um qualificativo para tal atitude desumana e anti-natureza.
Gosto
de evocar o espírito cristão no trato com a mãe natureza: Fazer à natureza o
que gostamos que ela nos ofereça. Se queremos que ela nos sacie a fome,
demos-lhe antes nutrientes para que possa realizar seu trabalho. Se queremos,
por exemplo, que as abelhas produzam mel para nosso uso, providenciemos a elas
um ambiente livre de agrotóxicos, ou até plantemos espécies florais melíferas;
o mel das flores é também alimento para as abelhas. Se queremos que as fontes
naturais continuem abastecendo nossos rios e nossas populações, devemos antes
protegê-las contra obras destrutivas, tal como aterrar o terreno em volta ou
abater as árvores e arbustos que ali cresceram para proteger a vertente. Se
precisamos construir uma casa no local da fonte, devemos antes fazer alguma
obra de proteção canalizando o precioso líquido para galerias protetoras.
O
ser humano não é o único ser vivo inteligente? Pois faça valer sua inteligência
e sabedoria cuidando da natureza em vez de aborrecê-la. Cuide do ambiente
natural e ele responderá com benesses a todos.
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