domingo, 24 de abril de 2016

“Me ama; Me guarda; Me guia”

 “Pai-Mãe-Deus, que me ama,
Guarda-me quando durmo,
Guia meus pezinhos para junto de Ti.”
Mary Baker Eddy

O poema acima é uma oração para crianças antes de dormir. Foi musicada para servir de canção de ninar. Embora pensada para uma criança aprender a oração, na sua simplicidade, as palavras contêm algumas profundas e básicas verdades, que os adultos podem aproveitar para sua inspiração. Digo isso porque eu  mesmo faço proveito desse recurso.
Fiz da poesia um resumo com ideias básicas, e estas estão escritas na linha de frente de minha consciência. Aprendi a orar:
“Deus, meu Pai-Mãe:Me ama; me guarda; me guia.
A todo momento posso repetir, e repito mesmo: “Tu me amas, me guardas, me guias”. A expressão pode servir de base para uma pesquisa nas Sagradas Escrituras. A título de curiosidade vou reproduzir o desdobramento de uma dessas pesquisas metafísicas; vale apenas como exemplo, pois cada pessoa tem sua própria índole de buscar fontes para sua inspiração.
1.      Amor        
Deus-Pai-Mãe me ama.
O Amor do Pai é infinito, inclui a todos como filhos e filhas, sem discriminação, é incessante e invariável, é fiel e fidedigno, é envolvente e caloroso. Por Ele somos supridos em nossas necessidades, aprendemos a amar nossos semelhantes, pois o Amor se reflete em amor, o que também pode ser dito: o Amor se reflete em amar. Atitude que tem plena relação ao que o apóstolo João escreveu:
Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 João 4: 19).
Das muitas referências bíblicas a respeito do Amor de Deus, uma nos vem logo à memória: Salmo  23, o salmo do Pastor e seu amor pelo rebanho humano. O texto é largamente difundido como inspiração em momentos difíceis. Mas adquire uma significação especial, quando o traduzimos para “eu e o Pai”, ao mesmo tempo em que usamos os verbo no tempo presente. Sugiro ao prezado leitor que faça esse exercício. Vou citar as primeiras frases, e você leitor segue o texto na mesma linha:
    “Pai, Tu és meu pastor, nada me falta.
    Tu me fazes repousar em pastos verdejantes ...”
Depois de assimilar o Salmo 23 nessa linha de inspiração, tenho mais uma sugestão. Eddy expõe um significado metafísico do mesmo Salmo quando demonstra o elevado valor  inspirativo de seu conteúdo:
“O Amor [divino] é meu pastor; nada me faltará.       O Amor me faz repousar...” (CeS, p. 578)
No livro “A Espiritualidade da Bíblia – Crônicas e Pai-Nosso” consta o Salmo citado na forma de uma carta do amor do Pai-Mãe ao Seu filho—cada um de nós. Garanto ao estimado leitor que nunca mais terá dúvidas de que Deus                                                NOS AMA.

2.      Guarda

Deus-Pai-Mãe me guarda
O termo guardar tem conotações distintas conforme se refira ao pessoas ou a Divindade. Para as pessoas o termo “guardar” tem geralmente o valor de “dever” em relação a leis ou regras, ou de “economizar” em relação a coisas e valores. Mas o termo “guardar” com relação a Deus significa proteger, resguardar, cuidar, suprir/prover, amparar. O salmista cantou essa relação:
    “Guarda-me, porque em Ti me refugio” (Salmo 16: 1).
Aliás os Salmos têm inúmeras referências ao termo guardar. No Salmo de número 91, é apontado como o Pai-Mãe nos inclui em seu cuidado e guarda:
“Aos Seus anjos dará ordens a teu [nosso] respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te [nos] sustentarão nas suas mãos para não tropeçares nalguma pedra” (Salmo 91: 11, 12).
 Eddy complementa a ideia bíblica:
“A Mente divina, que forma o botão e a flor, cuidará do corpo humano, assim como alimenta e veste os lírios; não interfira nenhum mortal no governo de Deus, introduzindo as leis dos falíveis conceitos humanos(CeS, p. 62).
Moisés, o notável líder hebreu, deixou para seu povo uma bênção, a qual podemos absorver para nosso íntimo:
“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante Seu rosto e te dê a paz” (Números 6: 24-26).

3.   Guia

“Deus-Pai-Mãe me guia”

Que Deus nos guia é uma garantia para nós de que estamos no melhor caminho. De Deus temos orientação, temos suprimento de ideias e pensamentos para decisões, somos providos de intuições que são o meio do Pai-mãe nos passar instruções ou orientações. Sempre que precisarmos Deus nos comunica ideias adequadas ao atendimento de alguma necessidade humana. O salmista tinha experiência na questão de deixar-se guiar por Deus, confiando em Seu poder. Em vários Salmos ele registrou sua convicção:

“Se tomos as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão e atua destra me susterá... Sonda-me, ó Deus, e conhece meu coração, prova-me e conhece meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho [pensamento] mau e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139: 8,9, 23, 24).
Bem faríamos em seguir o apelo do salmista de pedir que Deus examine nossos pensamentos e os corrija, se necessário. O salmista não se cansa de apelar a seu Deus:
“Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me teu bom espírito por terreno plano” (Salmo 143: 10).
O que é um terreno plano senão um local sem percalços e obstáculos? É como desejamos que seja nosso caminho humano, não é mesmo? Eddy nos dá mais um forte motivo para buscarmos sempre a orientação com o divino Pai-Mãe:
“Tudo o que guia o pensamento espiritualmente, beneficia a mente e o corpo” (CeS, p. 149).
Eis uma boa indicação para deixarmos o pensamento ser guiado espiritualmente, pois isso nos coloca no “caminho eterno”, que é plano e desembaraçado. Para onde nos leva esse caminho indicado pelo Amor? Eddy nos dá a resposta:
“Assim como os filhos de Israel foram guiados triunfalmente através do Mar Vermelho, ... da mesma forma,  a ideia espiritual guiará todos os desejos corretos na sua passagem dos sentidos para a Alma, de um senso material de existência para o  espiritual, elevando-nos à glória preparada para aqueles que amam a Deus” (CeS, p. 566).
Voltando ao tema da crônica, meu exercício metafísico é repassar em pensamento, rapidamente, cada aspecto: “Me ama, Me guarda, Me guia” sob a luz dos argumentos explicitados. A calma e a serenidade que recebo não tem palavras para explicar.
 Só posso recomendar! Vale a pensa vivenciar!

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